UB40 – Tyler

 

1.º lugar no top de bandas de ska e reggae do Rock em Stock de 6 e 20 de Dezembro de 1980 e de 31 de Janeiro de 1981

 

“Tyler”, a canção dos UB40  sobre Gary Tyler, o negro norte-americano de 16 anos que, no estado norte-americano de Louisiana, foi condenado pela morte de uma criança branca de 13 anos (durante um ataque de cerca de 200 estudantes brancos a um autocarro com crianças negras dentro, que vinham da escola, entre as quais Tyler), num julgamento muito controverso, decidido num ambiente de conflito racista, por um júri de doze brancos (“Tyler is guilty the white judge has said so”), num processo repleto de falhas e irregularidades graves, provas insuficientes e até provas fabricadas, como a “arma do crime” (“Police gun was planted / No matching bullets / No prints on the handle, no proof to show”), o que levou várias organizações de direitos humanos, entre as quais a Amnistia Internacional, a considerar o julgamento injusto. Quase 20 anos depois, em 1994, a Amnistia Internacional continuava a considerar Gary Tyler um preso político. Apesar de toda a controvérsia, apesar de o tribunal de recurso ter, em 1981, decidido que Tyler não teve um julgamento justo (mas recusando, ainda assim, um novo julgamento), apesar de todas as tentativas para obter a sua libertação, incluindo vários apelos aos governadores do Lousiana (“Appeal to the governor of Louisiana / You may get an answer the process is slow / Federal government too much to help him / It's been nearly five years / And they won't let him go”), só em 2016 é que Tyler foi finalmente libertado, aos 58 anos de vida. Tinha sido condenado à morte; livrou-o da cadeira eléctrica uma decisão do Supremo Tribunal dos EUA de 1976, que considerara inconstitucional a lei do Louisiana que previa a pena de morte.  

 

Testify under pressure, a racist jury / Government lawyers its all for show / With rows of white faces / False accusations / He's framed up for morder / They won't let him go / Tyler is guilty the white judge has said so / What right do we have to say it's not so”.

 

Além de “Tyler” dos UB40, outras canções foram escritas sobre Gary Tyler, a primeira das quais, dois anos antes dos UB40,“Angola, Louisiana”, de Gil Scott-Heron (“Injustice is not confined to Angola, Louisiana / It can walk right up in your livin' room / As long as it surrounds your home. / And I send love to brother Tyler, but after all is said and done / Angola, Louisiana, you're the one”) e a mais recente dos Chumbawamba, “Waiting for the bus”, editada em 2008 (“Waiting here the world has turned a thousand times or more / Stranded like the man who never knew they'd stopped the war / Waiting for the pardon but the pardon never comes / I'm just waiting for the bus to take me home”). Também em 2008, os UB40 voltaram a cantar sobre Gary Tyler, na canção“Rainbow Nation”No one else but Tyler / Knows exactly what he's missed / He's a man that's disappearance / Is slowly ceasing to exist / And the only contribution / That he has left to give / Is the simple tragic story / Of the life he's never lived»).

 

“Tyler” é a canção com que abre o álbum “Signing Off”, o aclamado álbum de estreia dos UB40, que entrou no top de bandas de ska e reggae do Rock em Stock em 11 de Outubro de 1980, permaneceu entre os quatro primeiros do top entre 15 de Novembro de 1980 e 6 de Fevereiro de 1981 e foi n.º 1 três vezes, em 6 e 20 de Dezembro de 1980 e em 31 de Janeiro de 1981, para além de cinco semanas no 2.º lugar.

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