Tops de 30 de Janeiro de 1982 (singles + álbuns)

 

♫Emissão do Rock em Stock de 30/1/1982 – Top de singles (duração: 54min)♫

 

♫Emissão do Rock em Stock de 30/1/1982 – Top de álbuns (duração: 58min)♫

 

30 de Janeiro de 1982, 17h06min. O indicativo do Rock em Stock tocou pela última vez e, no fim do indicativo, Luís Filipe Barros diz as primeiras palavras: «cinco horas e seis minutos. É mesmo a última! Boa tarde». A rapariga que gravou esta emissão (e graças à qual esta preciosidade chegou até aos nossos dias) ouvia tranquilamente o noticiário das 17h quando, no próprio noticiário, se dava a notícia da despedida de Luís Filipe Barros do Rock em Stock. Para si, que não sabia, a notícia foi um autêntico choque: nem queria acreditar. Aquele «é mesmo a última» até parecia que era para si: «é mesmo verdade»! Logo a seguir ao noticiário, pegou na única cassete que tinha à mão, que era onde tinha outra preciosidade - uma gravação de um top do Rock em Stock de Agosto de 1979 – e gravou por cima esta última emissão. Ao longo da emissão, por várias vezes não conseguiu conter as lágrimas.  

 

As palavras «é mesmo a última [emissão]» tinham, na verdade, outros destinatários. Desde que se noticiara que Luís Filipe Barros ia sair do Rock em Stock, tinham chovido cartas, reclamações, protestos, manifestos, abaixos-assinados e muitos pedidos para que o “Berros” voltasse atrás na sua decisão. Aos esperançados numa reviravolta de última hora, Luís Filipe Barros iniciou a emissão desfazendo todas as ilusões: «é mesmo a última».

 

Calhou o programa da despedida ser no dia do aniversário de Luís Filipe Barros. Era 30 de Janeiro e naquele dia o “Berros” fazia 33 anos.

 

Na locução estava, além de Luís Filipe Barros, Rui Morrison, tendo a emissão sido conduzida por ambos.

 

Mais do que emotiva, foi uma emissão louca, incluindo a introdução de muitos sons e “jingles”. Vários programas são recordados e a voz de António Sérgio é uma das que se ouve, o que acontece duas vezes, bem como a gravação dos primeiros segundos do FM da Rádio Comercial.

 

Numa emissão de apresentação dos tops a todos os títulos atípica, dois dos singles não foram apresentados (o “Berros” esqueceu-se desses dois discos em casa) e, do 6.º lugar, só uns segundos.

 

Esta é uma gravação quase integral, felizmente com poucos cortes na parte da locução.

 

Era «mesmo» a última. Às 19 horas de 30 de Janeiro de 1982, terminava uma aventura extraordinária iniciada em 9 de Abril de 1979.

Clash – Up in Heaven (Not Only Here)

 

1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock em 7, 14, 21 e 28 de Fevereiro de 1981; 7, 21 e 28 de Março de 1981; 4, 11, 18 e 25 de Abril de 1981; 19 e 26 de Dezembro de 1981; 23 e 30 de Janeiro de 1982

 

Se “Turn me on”, dos Tubes, ficou para a história como a primeira música tocada no Rock em Stock, na primeira emissão, em 9 de Abril de 1979, “Up in heaven (Not only here)”, dos Clash, ficou, na história do programa, como a música com que Luís Filipe Barros e Rui Morrison fizeram a sua despedida do Rock em Stock, em 30 de Janeiro de 1982.

 

Do triplo álbum “Sandinista!”, dos Clash.

Clash – This is Radio Clash

 

1.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 23 de Janeiro de 1982

 

Com um início de carreira bastante produtivo (em três anos e meio, foram 7 LP, 2 EP e ainda alguns singles de músicas não incluídas nos álbuns), os Clash editaram, no período de onze meses e vinte oito dias (entre 14 de Dezembro de 1979 e 12 de Dezembro de 1980), 5 LP, em um álbum duplo e um triplo. Em 1981, em compensação, não houve álbum dos Clash. Mas, já no final do ano, enquanto gravava aquele que viria a ser o álbum “Combat Rock” (que seria editado em Maio de 1982), a banda editou o single “Radio Clash”, cujo título alude a uma ideia - que tinha existido mesmo - de os Clash criarem a sua própria estação de rádio.

 

O single tinha o título “Radio Clash”, mas a canção do lado A chamava-se “This is Radio Clash” e a do lado B é que tinha título igual ao do single, “Radio Clash”.

“Radio Clash”, o lado B do single, com letra diferente da canção gémea do lado A, “This is Radio Clash”. Ambas começam, no entanto, com as palavras «This is Radio Clash».

 

A confusão entre as duas canções conheceu vários episódios, mesmo em edições oficiais dos Clash, com “This is Radio Clash” a surgir numa ou noutra compilação dos Clash com o título errado “Radio Clash” e a canção “Radio Clash” a surgir, também em uma ou duas compilações, com o nome trocado “This is Radio Clash”. Apenas os fãs mais conhecedores da banda saberão nomear qualquer das duas canções simplesmente ao ouvi-la. As primeiras palavras de “This is Radio Clash” são «This is Radio Clash / On Pirate Satellite / Orbiting your living room / Cashing in the bill of rights», enquanto “Radio Clash” inicia com «This is Radio Clash / Resuming all transmissions / Beaming from the mountain tops / Using aural ammunition».

 

Duas versões especiais da canção foram editadas em maxi-single, intituladas “Radio 5” e “Outside Broadcast”.

 

A linha de baixo da canção foi inspirada em “Another one bites the dust”, canção dos Queen de 1980.

 

O single “Radio Clash” era o 1.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 23 de Janeiro de 1982, data em que os Clash ocupavam também o 1.º lugar no top de álbuns.

Stranglers – The Man They Love To Hate

 

3.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 23 de Janeiro de 1982

 

A “loucura”, em “La Folie”, álbum dos Stranglers editado no final de 1981, era a “loucura do amor”, explorando cada canção do álbum uma manifestação diferente dessa “loucura”. A canção “The Man They Love To Hate” refere-se a um amor com final infeliz e, sabê-lo-íamos muitos anos mais tarde, embora não seja realmente importante, era sobre Tracy, com quem Jean-Jacques Burnel tinha namorado vários anos. É o próprio JJ Burnel que canta a canção.

 

O álbum “La Folie” era o 3.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 23 de Janeiro de 1982.

 

Os Stranglers actuariam pela segunda vez em Portugal em 31 de Julho de 1982, como cabeças de cartaz do Festival de Vilar de Mouros.

New Order – Dreams Never End

 

5.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 23 de Janeiro de 1982

 

“Dreams Never End”, canção cantada por Peter Hook, com que abre o primeiro álbum dos New Order, “Movement”, tendo sido uma das primeiras canções da banda, que já era tocada ao vivo em Julho de 1980, dois meses após a morte de Ian Curtis.

 

O álbum “Movement” era o 5.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 23 de Janeiro de 1982.