Klark Kent – Don’t care


12.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 30 de Agosto de 1980

Hoje, sabe-se que “Klark Kent” era Stewart Copeland, dos Police. Mas, durante algum tempo, a verdadeira identidade de “Klark Kent” era um mistério.

“Don’t care”, do LP “Klark Kent”, editado em 1980, no qual Stewart Copeland canta e toca todos os instrumentos, já tinha sido editado em single em 1978 e chegou ao 48.º lugar no top britânico no Verão de 1978, isto numa altura em que os Police já tinham editado dois singles (“Fall out” e “Roxanne”) e nenhum deles tinha entrado no top britânico. Curiosamente, Stewart Copeland tinha escrito “Don’t care” para os Police, mas Sting não se tinha sentido confortável com a canção.

Depois de o single “Don’t care” entrar no top britânico, a editora recebeu um convite para “Klark Kent” actuar no programa televisivo Top of the Pops (onde por regra as actuações eram em “play back”). Stewart Copeland inventou uma banda e nos estúdios compareceram, todos devidamente mascarados, ele próprio, o seu irmão Miles Copeland (também agente dos Police), os outros dois Police - Sting e Andy Summers - e ainda Kim Turner e Florian Pilkington-Miksa (que tinha sido baterista nos Curved Air, de que Stewart Copeland também tinha sido membro).

Actuação de “Klark Kent” no Top of the Pops, em 1978, com um início de canção diferente.

A intenção de Stewart Copeland era de também ele cantar mascarado. Mas, com a máscara posta, a sua voz não resultava (a sua voz não foi em “play back”) e teve de actuar desmascarado, de óculos escuros. À data, a imprensa ainda não tinha prestado grande atenção aos Police e a imagem de Stewart Copeland ainda não estava, por isso, gravada na cabeça das pessoas. A actuação, de resto, foi muito rápida e não havia meios de a rever.

O LP editado em 1980 referia que todos os instrumentos eram tocados por “Klark Kent”:


A contracapa do disco mostrava uma fotografia que não permitia, nem de perto, nem de longe, identificar Stewart Copeland:


Mas na fotografia no envelope interior do disco, em tamanho mais pequeno, Copeland aparece só ligeiramente disfarçado:


Embora ambas as fotografias mostrem “pessoas muito diferentes”, a camisola é a mesma. Trata-se de uma camisola às riscas pretas e amarelas. Era uma camisola igual à que Sting costumava usar nos tempos em que tocava Jazz, precisamente a camisola que lhe tinha valido a alcunha de “Sting”, por as suas cores fazerem lembrar uma abelha / vespa (o seu verdadeiro nome era Gordon Sumner).

O LP “Klark Kent” trazia umas “notas introdutórias” sobre Klark Kent, por um tal de “Sir Robinson Jeffries-Elder, O.C. M.P.”, apresentado como “ex-diplomat, lecturer, bon vivant, and principal stockholder in The Klark Kent Foundation Limited”.



Com a edição do LP, em 1980, tornou-se difícil disfarçar a identidade de Klark Kent. Em alguns temas distinguia-se claramente o som inconfundível da bateria dos Police e a própria voz de Stewart Copeland já não era desconhecida, porque já tinha cantado nos Police, em “On any other day”.

Stewart Copeland continuou, no entanto, durante algum tempo, a recusar revelar que era Klark Kent. Numa entrevista dos Police na televisão australiana, em 1981, continuou a brincar com o assunto, quando lhe foi feita uma pergunta sobre Klark Kent.

Klark Kent, aliás Stewart Copeland, era o 12.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock quando os Police actuaram em Portugal, em 2 de Setembro de 1980.

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