A transição dos Stranglers da fase (mais) punk para a new
wave, embora não tenha sido propriamente surpreendente, brusca ou radical – os
Stranglers sempre tinham sido uma banda punk atípica e os sintetizadores até estavam
presentes desde o primeiro disco –, levou à perda do produtor de sempre dos
Stranglers, Martin Rushent, nas vésperas da gravação do novo álbum (“The
raven”, 1979). Depois de ouvir os primeiros sons daquele que viria a ser o novo
disco, o produtor comunicou à banda que não concordava com o novo rumo musical
e que já não iria produzir o novo álbum. A decisão foi um choque para os
Stranglers – que, no entanto, não tinham dúvidas sobre o que queriam fazer.
Mais complexo, o novo álbum reflecte as experiências vividas
e as impressões recolhidas pela banda nos meses anteriores, em digressão pelos
vários cantos do mundo, o que é resumido na canção que dá o título ao álbum, “The
Raven”, que remete, simbolicamente, para as viagens dos Vikings, nos seus
característicos barcos (“longships”).
É difícil separar a canção “The Raven” do tema instrumental
que a antecede e que abre o álbum, “Longships”, embora cometendo-se a injustiça
de desvalorizar um dos bons instrumentais dos anos da New Wave e uma das grandes
aberturas de álbuns.
O álbum “The Raven”, tal como os anteriores da banda, chegou
aos 4 primeiros lugares do top 100 britânico.
A canção “The Raven” integra a colectânea comemorativa do
20.º aniversário do Rock em Stock, editada em 1999.
Os Stranglers voltam a actuar em Portugal em 25 de Janeiro
de 2020, no Estoril.
Sem comentários:
Enviar um comentário