Spikes - High Heel, Big Deal


“Permanent Wave”, 12.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 29 de Dezembro de 1979

Os Spikes, sobre os quais nada se conhece além deste “High Heel, Big Deal” (1979), canção que integrou a colectânea “Permanent Wave”, editada em 1979, e que era 12.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 29 de Dezembro de 1979.

A colectânea, com origem nos EUA, integra na sua quase totalidade bandas britânicas e ainda uma banda canadiana (Diodes) e uma outra dos EUA – precisamente os Spikes.

E quem são os Spikes? No disco, a autoria (e a produção) de “High Heel, Big Deal” é atribuída a “Bruce Harris”. Os Spikes foram, de facto, uma banda-relâmpago de Bruce Harris (o da direita na foto), administrador da A&R / Epic Records (já falecido), o homem que haveria de ficar para a história (entre outras coisas) como autor de uma carta, datada de Novembro de 1977 (revelada publicamente pelo seu destinatário em 2014, aqui), onde justifica a decisão de não editar, nos EUA, o primeiro álbum dos Clash (o qual, de facto, só viria a conhecer edição norte-americana em 1979, depois de já ter vendido 100 mil cópias importadas de Inglaterra).

Nessa mesma carta, é feita referência positiva a outras bandas britânicas que, dois anos depois, integrariam esta colectânea “Permanent Wave”, designadamente os Masterswitch e os Vibrators. Bruce Harris era um fã confesso do punk britânico (e dos próprios Clash) e é de suspeitar – conjectura nossa – que a colectânea “Permanent Wave”, editada, precisamente, pela Epic, tenha sido promovida por ele próprio (o que explicaria mais facilmente o destaque dado, na contracapa do disco, a esta canção dos seus “Spikes”, a única canção do disco cuja letra aparece impressa). Denuncia-o a própria ideia singular de uma “permanent wave” - a New Wave haveria de se tornar numa Permanent Wave -, que surge no final da carta de Bruce Harris de 1977 e agora conhecida (“In order for the new wave to become a permanent one, it has to get rolling right”).

Quanto aos Spikes, não voltaram a dar sinal de vida.


A carta de Bruce Harris de 29 de Novembro de 1977, revelada em 2014, em que justifica a não edição do primeiro álbum dos Clash nos EUA.

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