Viagem aos anos da New Wave, tendo por referência o programa de rádio Rock em Stock, de Luís Filipe de Barros, na sua primeira fase (1979/1982). Celebrando os 40 anos do Rock em Stock.
2.º lugar no top de
álbuns do Rock em Stock de 29 de Dezembro de 1979
“It’s alright for you”,
do album “Regatta de Blanc”, dos Police (1979), 2.º lugar no top de álbuns do
Rock em Stock de 29 de Dezembro de 1979, depois de ter estado quase todo o mês
de Novembro no 1.º lugar.
“Permanent Wave”, 12.º lugar no top de álbuns do Rock em
Stock de 29 de Dezembro de 1979
Os
Spikes, sobre os quais nada se conhece além deste “High Heel, Big Deal” (1979),
canção que integrou a colectânea “Permanent Wave”, editada em 1979, e que era
12.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 29 de Dezembro de 1979.
A colectânea,
com origem nos EUA, integra na sua quase totalidade bandas britânicas e ainda uma
banda canadiana (Diodes) e uma outra dos EUA – precisamente os Spikes.
E
quem são os Spikes? No disco, a autoria (e a produção) de “High Heel, Big Deal”
é atribuída a “Bruce Harris”. Os Spikes foram, de facto, uma banda-relâmpago de
Bruce Harris (o da direita na foto), administrador da A&R / Epic Records (já
falecido), o homem que haveria de ficar para a história (entre outras coisas) como
autor de uma carta, datada de Novembro de 1977 (revelada publicamente pelo seu destinatário
em 2014, aqui), onde justifica a decisão de não editar, nos EUA, o primeiro álbum
dos Clash (o qual, de facto, só viria a conhecer edição norte-americana em 1979,
depois de já ter vendido 100 mil cópias importadas de Inglaterra).
Nessa
mesma carta, é feita referência positiva a outras bandas britânicas que, dois
anos depois, integrariam esta colectânea “Permanent Wave”, designadamente os
Masterswitch e os Vibrators. Bruce Harris era um fã confesso do punk britânico (e
dos próprios Clash) e é de suspeitar – conjectura nossa – que a colectânea
“Permanent Wave”, editada, precisamente, pela Epic, tenha sido promovida por ele
próprio (o que explicaria mais facilmente o destaque dado, na contracapa do
disco, a esta canção dos seus “Spikes”, a única canção do disco cuja letra
aparece impressa). Denuncia-o a própria ideia singular de uma “permanent wave” -
a New Wave haveria de se tornar numa Permanent Wave -, que surge no final da
carta de Bruce Harris de 1977 e agora conhecida (“In order for the new wave to
become a permanent one, it has to get rolling right”).
Quanto
aos Spikes, não voltaram a dar sinal de vida.
A carta de Bruce Harris de 29 de Novembro de 1977, revelada
em 2014, em que justifica a não edição do primeiro álbum dos Clash nos EUA.
15.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 29 de
Dezembro de 1979
“It’s diferente for girls”, lançado em single no fim de
Novembro de 1979, foi, inesperadamente, a canção mais bem-recebida do álbum “I’m
the man”, de Joe Jackson, e chegaria ao 5.º lugar no top 75 britânico de
singles em Fevereiro de 1980. O álbum “I’m the man” era 15.º lugar no top de
álbuns do Rock em Stock de 29 de Dezembro de 1979, onde já tinha andado pelo
1.º lugar no início do mês.
1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock em 3 e 7 de
Novembro e em 12, 15, 19, 22, 26 e 29 de Dezembro de 1979
O álbum “Dream Police”, dos Cheap Trick, editado no final
de Setembro de 1979, entrou no top do Rock em Stock em Outubro - quando “At
Budokan” ocupava o 1.º lugar -, chegou ao 3.º lugar no final de Outubro, ao 1.º
lugar em 3 de Novembro, repetiu o 1.º lugar em 7 de Novembro e recuperou-o em
12 de Dezembro, para se manter no n.º 1 até ao fim do ano, num total de oito
tops no 1.º lugar.
Entre 15 de Setembro e o final do ano, e considerados ambos
os álbuns – “At Budokan” e “Dream Police” –, os Cheap Trick lideraram o top de
álbuns em 15 dos 31 tops que houve nesse período.
O álbum “Dream Police” manter-se-ia no top até ao final
de Abril de 1980 e foi um dos 20 álbuns mais votados da história do top do Rock
em Stock (1979-1982). Muito por culpa deste inspirado tema-título do álbum, uma
das canções que, definitivamente, marcou o Rock em Stock.
Como curiosidade sobre este tema - sobre um paranóico
convencido de que os seus sonhos estão a ser controlados por alguém -, os sons
de violino inspirados na célebre cena do duche do filme “Psycho” de Alfred
Hitchcock.
1.º lugar no top de singles do Rock em Stock em 5, 8, 12,
15, 19, 22, 26 e 29 de Dezembro de 1979
“Video killed the radio star”, a canção que haveria de se
tornar num dos maiores hits dos anos da New Wave, foi escrita por três músicos
– Bruce Woolley, Trevor Horn e Geoff Downes (essencialmente os dois primeiros)
–, que acabaram por não chegar a acordo sobre a versão final. Bruce Woolley abandonou
o projecto e criou a sua própria banda – Bruce Woolley and the Camera Club – e Trevor
Horn e Geoff Downes formaram um duo sob o nome Buggles.
Bruce Woolley gravou e editou primeiro a sua versão de
“Video killed the radio star” (em single, com uma letra não inteiramente
coincidente no início da canção). A versão dos Buggles, mais complexa do que
parece (quer quanto à composição, quer quanto à “pós-produção”), só foi editada
depois. Trevor Horn calculou que seriam precisos 26 músicos para reproduzir em
palco a canção, que se quis que aparentasse ser artificial, para dar a ideia de
uma música saída de um computador: a voz robótica de Trevor Horn e o
processamento de todos os instrumentos serviam para vincar a ideia central da
canção (que é nostálgica) de uma invasão tecnológica e de um processo de artificialização
da produção artística, música incluída.
O single de Bruce Woolley and the Camera Club foi um total
fracasso comercial. O dos Buggles foi um enorme sucesso por todo o lado, tendo
sido n.º 1 em muitos países e acabando por ser, por exemplo, um dos 30 singles
mais vendidos em 1979 no Reino Unido, o mais vendido em Itália em 1980 e um dos
40 mais vendidos em França em todos os anos 70. O vídeo da canção seria, mais
tarde, escolhido para ser o primeiríssimo vídeo transmitido pela MTV (na 1.ª
emissão do canal, em 1/8/1981).
Apesar de tudo, alguma crítica considerou melhor (ou até muito melhor) a versão de
Bruce Woolley, que regravou a canção para o seu álbum “English garden”, ainda
em 1979, numa versão que se aproximou um pouco da dos Buggles (e já com letra
igual). Também os Buggles reeditariam a canção no seu primeiro álbum, “The age
of plastic” (1980), numa versão ligeiramente diferente e um pouco aumentada.
Por razões óbvias, os Buggles nunca tocaram “Video killed
the radio star” ao vivo. Contudo, quando, em 1980, os Buggles se integraram nos
históricos Yes, uma versão de “Video killed the radio star” passou a fazer
parte do alinhamento dos concertos dos Yes.
Vinte e cinco anos depois, em 2004, Trevor Horn (novamente com
os seus óculos inspirados em Elvis Costello), Geoff Downes e Bruce Woolley
juntaram-se em palco para tocarem “Video killed the radio star”. A versão
tocada foi a dos Buggles. Foram precisos mais de 30 músicos em palco para a
tocar (a actuação pode ser vista aqui).
“Video killed the radio star” foi a última das três canções
escritas por Trevor Horn e Bruce Woolley, depois de “Clean, clean” e “On T.V.”.
Estas duas seriam também editadas pelos Buggles, mas Bruce Woolley só editou a
sua versão de “Clean, clean”, não “On T.V.”.
No Rock em Stock, onde, curiosamente, Luís Filipe Barros já se
tinha tornado uma autêntica “radio star”, o single “Video killed the radio
star”, na versão dos Buggles, entrou no top de singles em Novembro, chegou ao
2.º lugar no final de Novembro e ao 1.º lugar em 5 de Dezembro. Liderou o top até
ao final do ano, completando 8 tops seguidos no n.º 1. Foi um dos 20 singles
mais votados da história dos tops do Rock em Stock (1979-1982).
A canção, na versão do álbum, integra a colectânea
comemorativa do 20.º aniversário do Rock em Stock, editada em 1999.
“Could This Be Heaven?”, o single de estreia dos ingleses
Original Mirrors, editado em Novembro de 1979, com produção de Bill Nelson. O
tema faria, em 1980, parte do primeiro álbum da banda, numa versão alargada de
mais de cinco minutos. Esta versão, a original, foi editada apenas em single.
“Information can destroy / So we'll treat you just like toys
// Healthy livestock so we can eat / Human flesh is porky meat / Hi Hi Hi Hi Hi
Hi Hi Hi”, cantavam os Stranglers no inigualável “Meninblack”, a mais
experimental canção do álbum “The Raven” (1979) e um prelúdio do álbum
seguinte, intitulado, precisamente, “Meninblack”.
Os Stranglers voltam a actuar em Portugal no dia 25 de
Janeiro.
“Permanent Wave”, 7º
lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 19 de Dezembro de 1979
“Lovers of today”, o
single de estreia dos ingleses The Only Ones, integrava a colectânea “Permanent
Wave”, editada em 1979, que era o 7.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock
de 19 de Dezembro de 1979.
2.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 19 de Dezembro
de 1979
“Secret of the dance”, do álbum “Mr. Universe”, editado no
Outono de 1979 pelo ex-Deep Purple Ian Gillan e a sua nova banda, designada
simplesmente “Gillan”, e que, no Rock em Stock, Luís Filipe Barros insistia em
denominar “Ian Gillan Band” (que tinha sido a banda anterior de Ian Gillan, da qual
só se mantinha, na nova banda, além de Ian Gillan, o teclista Colin Towns).
Ian Gillan e a sua banda actuaram em Portugal em Dezembro de
1979, com concertos dia 14 no Porto e dia 15 no Estoril (Pavilhão do Salesianos). O álbum “Mr. Universe”
ascendeu ao 2.º lugar no top do Rock em Stock em 19 de Dezembro de 1979.
7.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 19 de
Dezembro de 1979
O clássico “Walking on the moon”, do álbum Regatta de Blanc
(1979), dos Police. Editado em single em Novembro de 1979, permaneceu no top
100 britânico de singles entre Dezembro de 1979 e Fevereiro de 1980, tendo
chegado ao 1.º lugar. “Walking on the moon” era o 7.º lugar no top de singles
do Rock em Stock em 19 de Dezembro de 1979.
A versão editada em single, mais curta do que a do álbum,
não foi, até hoje, reeditada.
Os Teardrop Explodes, a banda que Julian Cope formou depois do
divórcio musical com Ian McCulloch (que por seu turno formou os Echo & The
Bunnymen), estrearam-se discograficamente em 1979 e “Bouncing babies” foi o
segundo dos singles editados pela banda nesse ano. Uma nova versão da canção
haveria de fazer parte do primeiro álbum dos Teardrop Explodes, que seria
editado perto do fim de 1980.
O primeiro single dos ingleses Cowboys International,
“Thrash”, editado no Outono de 1979, quase simultaneamente com o álbum
“Original Sin”, álbum que a Melody Maker pôs no 11.º lugar da lista dos
melhores discos de 1979 (e diga-se que a concorrência era bastante forte). O
álbum foi, no entanto, um fracasso comercial, tal como este memorável exemplar
da New Wave, “Thrash” (aqui na versão single, mais curta que a do álbum).
Em 2013, o músico Moby foi convidado para escolher uma lista
de três canções e a primeira da sua lista foi este “Thrash”. Comentou então
Moby que as canções do álbum “Original Sin” eram “tão bem escritas, tão cativantes
e tão marcantes” que era inexplicável como é que o disco não tinha tido um grande
sucesso e como é que este “quase supergrupo” da New Wave não tinha feito mais
discos. E Moby não foi o único a interrogar-se, retrospectivamente, como é que
um disco como “Original Sin” foi praticamente desprezado em todo o lado.
O “quase supergrupo” incluía elementos que, antes, durante
ou depois da curta vida da banda, integraram bandas como Clash, Public Image
Ltd, Generation X, Ultravox, Original Mirrors ou Adam and the Ants.
O certo é que o álbum, tão desconhecido como importante, vendeu
pouco e nem sequer chegou aos tops - e só o top do Rock em Stock foi uma excepção.
Embora com atraso: pouco conhecido e afastado da ribalta, o álbum “Original
Sin” só haveria de chegar ao top do Rock em Stock um ano depois, perto do final
de 1980; nessa altura, os Cowboys International já tinham acabado.
3º lugar no top de singles do Rock em Stock de 15 de
Dezembro de 1979
“Fauvette”, single retirado do álbum “Streets of fire”
(1979), o segundo álbum a solo editado pelo inglês Duncan Browne depois de sair
dos Metro. “Fauvette” chegou ao 3.º lugar no top de singles do Rock em Stock em
15 de Dezembro de 1979.
8.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 15 de Dezembro
de 1979
“Union City Blue”, do álbum “Eat to the beat”, dos Blondie, que
em alguns países foi editado em single, em Novembro de 1979. Era o 8.º lugar no
top de singles do Rock em Stock de 15 de Dezembro de 1979.
Elvis Costello actuou em Lisboa e Porto de 15 a 18 de Dezembro
de 1979
“Oliver’s army”, do álbum “Armed Forces” (1979), de Elvis
Costello & The Attractions, que foi 1.º lugar no top de álbuns do Rock em
Stock e integra a colectânea comemorativa do 20.º aniversário do Rock em Stock,
editada em 1999.
Elvis Costello escreveu a canção na viagem de avião de regresso
da sua primeira ida a Belfast (Irlanda do Norte), impressionado pela quantidade
de adolescentes do exército britânico nas ruas da cidade, com fardas de guerra
e armas automáticas. O “Oliver” do título é Oliver Cromwell, responsável pela
profissionalização do exército britânico no século XVII. A canção foi escrita
numa época de elevada taxa de desemprego, quando a entrada no exército era a
única saída para muitos jovens (“But there's no danger / It's a professional
career / Though it could be arranged / With just a word in Mr. Churchill's ear
/ If you're out of luck or out of work / We could send you to Johannesburg”).
As metrópoles de Liverpool, Londres e Newcastle, particularmente afectadas pelo
desemprego, nas quais o exército recrutava muitos adolescentes no final da
escolaridade obrigatória, são concretamente versadas na canção, através da
referência aos rios que banhavam essas cidades (“With the boys from the Mersey
and the Thames and the Tyne”). «The song was based on the premise ‘they always
get a working class boy to do the killing’», resumiria mais tarde Elvis
Costello.
Foi em Dezembro de 1979 que Elvis Costello actuou pela
primeira vez em Portugal, com um concerto no Porto (15 de Dezembro) e dois em
Lisboa (Pavilhão do Belenenses, 17 e 18 de Dezembro), dias antes de actuar nos “Concerts for the people
of Kampuchea”. A 1.ª parte coube aos UHF.
A imprensa à época deu conta de que o concerto de dia 17 foi um "concerto frio" e que o público "não vibrou".
6.º lugar no top de
álbuns do Rock em Stock de 15 de Dezembro de 1979
A péssima dicção de
Richard Jobson, vocalista dos Skids (até os nativos de língua inglesa tinham
dificuldade em perceber bem a letra da canção) não impediu “Into the valley” de
se tornar na mais bem-recebida canção desta banda escocesa, tendo chegado ao
10.º lugar no top 75 britânico (e, depois do single, o álbum “Scared to dance” chegaria
ao 19.º lugar do top 100).
A canção teve origem
num poema que começou a ser escrito por Richard Jobson na sua adolescência, inspirado
num trecho do poema “The Charge of the Light Brigade”, do poeta inglês Alfred
Tennyson (“Into the valley of Death / Rode the six hundred”), e é sobre os
adolescentes escoceses que, sem perspectivas de emprego, eram recrutados pelo
exército britânico para a Irlanda do Norte (“into the deep valley of
Northern Ireland”, como dizia recentemente Jobson numa entrevista), onde viviam uma experiência brutal,
regressando completamente alterados (a canção chamava-se inicialmente ”Depersonalized”)
ou não regressando de todo, como sucedeu com um amigo de Jobson, morto em
Belfast (a morte deste amigo inspirou também “The saints are coming”).
O tema da canção é,
assim, semelhante ao de “Oliver’s army”, de Elvis Costello, editado quase ao
mesmo tempo que “Into the valley”.
“Scared to dance”
era o 6.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 15 de Dezembro de 1979.
2.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 12 de
Dezembro de 1979
“Questions and answers”, single retirado do álbum “The
Adventures of the Hersham Boys”, de 1979, álbum que permaneceu no top 100
britânico entre Setembro e Novembro de 1979, tendo chegado ao 8.º lugar,
fazendo dele o mais bem sucedido álbum dos Sham 69. Quanto ao single “Questions
and answers”, atingiu ao 18.º lugar no top 75 britânico. No top de singles do
Rock em Stock desde Novembro, o single era o 2.º lugar no top de 12 de Dezembro
de 1979. A banda actuaria em Portugal em 12 de Janeiro de 1980 (em Lisboa, no Coliseu).
“Permanent Wave”, 8.º lugar no top de álbuns do Rock em
Stock de 12 de Dezembro de 1979
“Judysays (Knock you in the head)”,
dos ingleses Vibrators, canção que integrou a colectânea “Permanent Wave”, de 1979,
que era o 8.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de
12 de Dezembro de 1979.
6.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de
Dezembro de 1979
“The saints are coming”, do álbum “Scared to dance”, dos escoceses
Skids, que era 6.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Dezembro de
1979.
Vinte e sete anos depois, em 2006, tornou-se um “hit”,
quando U2 e Green Day editaram em single uma versão da canção, que ganhou um grammy.
2.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de
Dezembro de 1979
“Não gosto das segundas-feiras” [“I don’t like
Mondays”(*)] foi a explicação dada por uma adolescente de 16 anos a um
jornalista do San Diego Tribune, minutos depois de - com uma espingarda que o
seu pai lhe oferecera no Natal - ter disparado indiscriminadamente sobre
crianças e adultos que, numa manhã de segunda-feira, em Janeiro de 1979,
chegavam à escola primária situada em frente à sua casa. O episódio, que
inaugurou uma série infindável de tiroteios em escolas nos EUA, foi a
inspiração para o maior hit da carreira dos irlandeses Boomtown Rats, “I don’t
like Mondays”.
Bob Geldof estava nos EUA nesse dia, a dar uma entrevista
na rádio, quando leu a notícia que estava a chegar pela máquina de telex que
estava ao seu lado (“The telex machine is kept so clean / As it types to a
waiting world”). O telex está hoje praticamente em desuso. Pelo contrário, o
“chip” (“The silicon chip inside her head”) é hoje uma palavra de uso
universal, mas estava muito longe de o ser em 1979.
Excepto nos EUA (onde a canção não foi além do 73.º
lugar), o single “I don’t like mondays” foi um sucesso um pouco por todo o
lado, atingindo os primeiros lugares em muitos países (Irlanda, Inglaterra,
França, Alemanha, Holanda, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Suécia, Noruega,
Bélgica, Suíça, Áustria, etc.). Foi o single mais vendido na Europa durante
duas semanas. No Reino Unido, onde foi 1.º lugar, foi um dos 10 singles mais
vendidos em 1979 e figura na lista dos 100 mais vendidos de todos os anos 70.
Sucesso que não trouxe apenas satisfação aos Boomtown Rats: Bob Geldof
revelaria que um dia recebeu uma carta da adolescente (que, 40 anos depois,
continua presa), em que esta lhe disse que ficara satisfeita com o que fez, porque
Geldof a tinha tornado famosa.
A canção faz parte do álbum “The fine art of surfacing”
(editado em Outubro de 1979), que era o 2.º lugar no top de álbuns do Rock em
Stock de 12 de Dezembro de 1979 e se manteria no top até ao final de Março de
1980. Foi um dos 30 álbuns mais votados da história do top do Rock em Stock
(1979-1982).
A canção “I don’t like Mondays” integrou a colectânea
comemorativa do 20.º aniversário do Rock em Stock, editada em 1999.
Versões alternativas:
- O single saiu antes do álbum (no Verão de 1979), numa
versão mais curta do que aquela que viria a fazer parte do LP.
- Para a história ficou a interpretação de “I don’t like
Mondays”, pelos Boomtown Rats, no Live Aid (cujo principal promotor foi o
próprio Bob Geldof), incluindo uma interrupção de 20 segundos com mais de 70
mil pessoas a gritar no estádio de Wembley, a seguir às palavras “and the
lesson today is how to die” (vídeo da actuação aqui).
(*) As palavras da adolescente, segundo a notícia do vespertino “San Diego Tribune” de 2.ª feira, 29 de Janeiro de 1979, sobre o
tiroteio desse dia: «“I just wanted to”, the girl, Brenda Spencer, told The
Tribune by telephone when asked to explain the shootings. “I don’t like
Mondays. This livens up the day.”».
8.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 8 de Dezembro
de 1979
Um dos hinos do Hard Rock, o tema-título do álbum “Highway
to hell”, o último álbum dos australianos AC/DC antes da morte de Bon Scott,
8.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 8 de Dezembro de 1979.
10.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 8 de
Dezembro de 1979
“Of one skin”, do álbum de estreia dos escoceses Skids
(“Scared to dance”, 1979), 10.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 8 de
Dezembro de 1979.
4.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 8 de Dezembro
de 1979
“Nice’n’neat”, do terceiro álbum dos Boomtown Rats (“The
Fine Art Of Surfacing”, 1979), 4.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 8
de Dezembro de 1979.
“Memories”, do álbum “Metal Box”, dos Public Image Ltd, a
nova banda de Johnny Rotten depois dos Sex Pistols, editado em Novembro de
1979, e que no início de Dezembro atingiu o 18.º lugar no top 100 britânico.
1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 8 de Dezembro
de 1979
“Pretty face”, do álbum “Let it roll”, dos Dr. Feelgood,
editado em Novembro de 1979, que entrou no top do Rock em Stock ainda em
Novembro e chegou ao 1.º lugar em 8 de Dezembro de 1979.
10.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 5 de
Dezembro de 1979
“Walking in
the shadow of the blues “, do álbum “Love Hunter”, o segundo dos
Whitesnake, já com Jon Lord nas teclas. Logo a partir da digressão do álbum
“Love hunter” (e mesmo antes de o álbum ser editado, em Outubro de 1979), Ian
Paice passa a ocupar a bateria dos Whitesnake, banda que passa, assim, a partir
de 1979, a integrar três ex-membros dos Deep Purple: David Coverdale, Jon Lord
e Ian Paice.
“Love Hunter” ocupava o 10.º lugar no top de álbuns do Rock
em Stock de 5 de Dezembro de 1979.
“Carnival”, do álbum “Real to real cacophony”, o segundo dos
Simple Minds, editado em Novembro de 1979. Em 6 de Dezembro de 1979, o primeiro
álbum dos Simple Minds, “Life in a day”, era ainda 3.º lugar na lista conjunta
do Se7e e do programa Rotação, de António Sérgio.
1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock em 1 e 5 de
Dezembro de 1979
“On your radio”, do álbum “I’m the man” - o álbum a que Joe
Jackson sempre se referiu como a “segunda parte” de “Look Sharp!” -, 1.º lugar
no top do Rock em Stock em 1 e 5 de Dezembro de 1979.
“Outdoor miner”, dos Wire, editado em single em 1979. Chegou
ao 51.º lugar no top 100 britânico de singles, a mais alta posição conseguida
por um single dos Wire.
“Smart patrol” (que foi uma das primeiras canções feitas pelos
Devo, em 1974, estreada ao vivo em 1975) e “Mr. DNA”, do álbum “Duty now for
the future”, o segundo dos Devo (1979), que chegou ao 2.º lugar no top de
álbuns do Rock em Stock.
A transição dos Stranglers da fase (mais) punk para a new
wave, embora não tenha sido propriamente surpreendente, brusca ou radical – os
Stranglers sempre tinham sido uma banda punk atípica e os sintetizadores até estavam
presentes desde o primeiro disco –, levou à perda do produtor de sempre dos
Stranglers, Martin Rushent, nas vésperas da gravação do novo álbum (“The
raven”, 1979). Depois de ouvir os primeiros sons daquele que viria a ser o novo
disco, o produtor comunicou à banda que não concordava com o novo rumo musical
e que já não iria produzir o novo álbum. A decisão foi um choque para os
Stranglers – que, no entanto, não tinham dúvidas sobre o que queriam fazer.
Mais complexo, o novo álbum reflecte as experiências vividas
e as impressões recolhidas pela banda nos meses anteriores, em digressão pelos
vários cantos do mundo, o que é resumido na canção que dá o título ao álbum, “The
Raven”, que remete, simbolicamente, para as viagens dos Vikings, nos seus
característicos barcos (“longships”).
É difícil separar a canção “The Raven” do tema instrumental
que a antecede e que abre o álbum, “Longships”, embora cometendo-se a injustiça
de desvalorizar um dos bons instrumentais dos anos da New Wave e uma das grandes
aberturas de álbuns.
O álbum “The Raven”, tal como os anteriores da banda, chegou
aos 4 primeiros lugares do top 100 britânico.
A canção “The Raven” integra a colectânea comemorativa do
20.º aniversário do Rock em Stock, editada em 1999.
Os Stranglers voltam a actuar em Portugal em 25 de Janeiro
de 2020, no Estoril.
6.º lugar
no top de álbuns do Rock em Stock de 1 de Dezembro de 1979
O álbum “Highway to hell”, o último editado pelos AC/DC
antes da morte do seu vocalista, Bon Scott, o disco da banda mais bem recebido (até
então), frequentemente citado como um dos melhores discos Hard Rock de todos os
tempos. Era o 6.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 1 de Dezembro de
1979.
1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 1 de Dezembro
de 1979
Editado em Outubro de 1979, o 2.º álbum de Joe Jackson, “I’m
the man”, entrou no top de álbuns do Rock em Stock ainda em Outubro e chegou ao
1.º lugar em 1 de Dezembro de 1979.
18.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 1 de
Dezembro de 1979
“Outside world”, do terceiro álbum dos ingleses XTC, “Drums
and wires” (1979), produzido por Steve Lillywhite, o primeiro disco da banda a
ser bastante bem recebido. Era o 18.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock
de 1 de Dezembro de 1979.