A ascensão do 2 Tone (num fenómeno que ficou conhecido como
segunda vaga do Ska, neste caso fundido com o Punk e a New Wave) e a crescente
popularidade do Reggae (acolhido na música de nomes como Police, Clash,
Blondie, Joe Jackson, Ruts ou Elvis Costello) tiveram, sobretudo a partir do
início de 1980, reflexos no Rock em Stock e nos seus dois tops (álbuns e
singles) e levaram os autores do programa à decisão de criar, a partir de Maio
de 1980, um novo top, um top 10, semanal,
ao qual foi dado o nome “Top de Bandas de Ska e de Reggae”.
O efeito imediato da criação deste novo top foi algum
empobrecimento dos tops de singles e de álbuns, que ficaram amputados de bandas
então em destaque, como os Specials, os Dexys Midnight Runners ou os Beat.
O nome do novo top inculcava a ideia de uma seriação de
bandas do 1.º ao 10.º lugar. Mas, como sucedeu muitas vezes, uma mesma banda
podia, afinal, ocupar mais do que uma posição no top. Umas vezes era um single
que era referido, outras vezes um álbum, outras vezes um dos seus temas. Chegou
a acontecer encontrarem-se simultaneamente no top um álbum e um single retirado
desse mesmo álbum (ex. Beat, UB40).
Também não era um top de “bandas” no sentido de que não era
exclusivo de “bandas”. Linton Kwesi Johnson ou Desmond Dekker foram disso
exemplos.
Apesar do seu nome, o top incluía também temas de “Ska” ou de
Reggae de bandas ou músicos que só por equívoco se poderiam catalogar dentro
desses géneros (“banda ou músico de ska” ou “banda ou músico de reggae”).
Stevie Wonder foi um exemplo óbvio.
Também não era bem um top restrito aos géneros “Ska” e
Reggae. Acomodava igualmente outros géneros, que, de comum com aqueles, só tinham
o seu carácter revivalista. Se o equívoco de incluir os Dexys Midnight Runners
no rótulo “Ska & Reggae” não foi exclusivo do Rock em Stock (sucedeu também
lá fora e, em Portugal, também, por ex., no Rolls Rock de António Sérgio, que
no final do ano elegeria “Geno”, dos Dexys, o “melhor single Ska” do ano),
outros casos sucederam também, como, mais perto do fim do ano, alguns singles
dos Lambrettas (do género Mod Revival; isto apesar de outras bandas Mod se
terem mantido nos tops de singles e de álbuns).
O novo top, inicialmente emitido à 4.ª feira, acabou por não
durar mais do que alguns meses.
Não foi um parente pobre dos tops do Rock em Stock.
Verifica-se, pelas pontuações em cada top, que tinha níveis de pontuação semelhantes
aos dos tops de singles e de álbuns.
Pelo top de bandas de ska e de reggae passaram discos
fundamentais, que fizeram história no Rock em Stock.
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