Van Halen – Eruption / You really got me

                

8.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 30 de Maio de 1979


As 2.ª e 3.ª músicas do álbum de estreia dos Van Halen eram habitualmente tocadas juntas na rádio, transformando “Eruption” numa espécie de introdução a “You really got me”. Com o tempo, as duas músicas tornaram-se quase inseparáveis. Optámos por separá-las, mas em baixo é possível ouvir as duas músicas de seguida.

A pequena obra-prima “Eruption” - que foi gravada por acaso (o guitarrista Eddie Van Halen estava apenas a ensaiar) – é largamente citada como um dos melhores solos de guitarra de todos os tempos.

“You really got me” é uma poderosa cover do clássico dos Kinks, que o próprio Ray Davies (líder dos Kinks) considerou um dia ser bastante melhor do que o original da sua banda, afirmando que seria como comparar uma pequena avioneta com um avião a jacto.

O álbum “Van Halen” chegou ao 8.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 30 de Maio de 1979.


Simple Minds – Someone



Com um início de carreira bastante produtivo (cinco álbuns entre 1979 e 1981) e uma tendência new wavish crescente, os Simple Minds estrearam-se com o álbum “Life in a day”, que chegou ao top 30 britânico em Maio de 1979.

Buzzcocks – I don’t mind



“I don´t mind”, o primeiro dos dois singles retirados do álbum de estreia dos Buzzcocks “Another Music in a Different Kitchen”, e que faz parte da compilação “Singles going steady”, editada em 1979. O álbum chegou a 15.º no top britânico e, na história dos Buzzcocks, este marco seria apenas ultrapassado pelo álbum seguinte.

Blondie – Sunday girl



“Sunday girl”, single dos Blondie retirado do álbum “Parallel lines”, o segundo álbum a ocupar o 1.º lugar no top do Rock em Stock, em Maio de 1979.

A canção foi escrita por Chris Stein (um dos membros da banda) para animar Deborah Harry (então sua namorada), depois de o gato desta ter fugido de casa durante uma digressão dos Blondie. O gato chamava-se Sunday Man. “Sunday girl” - single que não foi editado na terra natal dos Blondie (EUA) - foi n.º 1 em Inglaterra no final de Maio e nas primeiras semanas de Junho de 1979.

Além da versão original incluída no álbum, há mais duas versões desta música: a versão francesa, que foi o lado B em algumas edições do single; e uma versão bilingue (inglês e francês), especialmente misturada para a primeira compilação dos Blondie (1981).

Dire Straits – Sultans of swing


1.º lugar no top do Rock em Stock em 16, 19, 23, 26 e 30 de Maio de 1979


“Sultans of swing”, o eterno clássico dos Dire Straits, foi o primeiro single da banda dos irmãos Knopfler (Mark Knopfler e David Knopfler), editado na Primavera de 1978, uns meses antes do álbum, tendo sido um total fiasco comercial. O álbum, por seu turno, teve meia dúzia de aparições fugazes no top 100 britânico, a partir do Verão de 1978, até finalmente começar a escalar o top em 1979. Foi nessa altura que, quer nos EUA, quer no Reino Unido, foi feita uma reedição do single “Sultans of swing”, que chegou finalmente aos tops de vendas, atingindo o 4.º lugar nos EUA e o 8.º no top britânico, já na Primavera de 1979.

Aquela que se tornou a versão definitiva de “Sultans of swing” (a do álbum) é uma das seis versões editadas pelos Dire Straits em 1978, sendo que nenhuma das outras cinco chegou alguma vez a ser editada em CD.

Segundo Mark Knopfler, a letra da canção é inspirada num episódio por ele vivido num bar onde entrou em Ipswich, quando uma banda medíocre, que tinha acabado de tocar para uma assistência de meia dúzia de embriagados, se despediu com as palavras "Goodnight and thank you very much. We are the sultans of swing".

Como curiosidade, na letra da música, “Guitar George” (“Check out Guitar George / He knows all the chords / But it's strictly rhythm / He doesn't want to make it cry or sing / If any old guitar is all he can afford / When he gets up under the lights to play his thing”) e “Harry” (“And Harry doesn't mind if he doesn't make the scene / He's got a daytime job / He's doing alright / He can play the honky tonk like anything / Savin' it up for Friday night”) são dois membros dos Flash and the Pan (e, anteriormente, dos Easybeats), respectivamente George Young (irmão mais velho de Malcom e Angus Young dos AC-DC) e Harry Vanda, tendo ambos ajudado a lançar os AC-DC.

“Sultans of swing” foi cinco vezes seguidas 1.º lugar do top de singles do Rock em Stock, em 16, 19, 23, 26 e 30 de Maio de 1979.

Stranglers – 5 minutes



Jean-Jacques Burnel (Stranglers) partilhava um apartamento no bairro londrino de West Hampstead com Wilko Johnson (Dr. Feelgood) e uma rapariga que trabalhava para os Sex Pistols. Uma noite, ao regressar ao apartamento, Jean-Jacques Burnel descobriu que a rapariga tinha sido violada por cinco homens armados, que tinham conseguido entrar sem dificuldade no edifício. Aconteceu naquele velho prédio de West Hampstead, a apenas 5 minutos da rua mais rica de todo o Reino Unido, a Bishops Avenue e os seus condomínios fechados com câmaras de vigilância e entradas electrónicas. “5 minutes” surge na sequência deste episódio. “Et si je les trouve / Ma pauvre chou chou enculée / Je les aurais”.

Os Stranglers foram, desde a primeira hora (1977), bem sucedidos em Inglaterra (com os três primeiros álbuns a atingirem os lugares cimeiros do top de vendas) e o single “5 minutes” não fugiu muito à regra, tendo chegado ao 11.º lugar no top britânico de singles.

Police – So lonely





Depois dos fracassos de “Roxanne” e de “Can’t stand losing you”, os Police tentaram, em Novembro de 1978, “So lonely”, terceiro single retirado do álbum “Outlandos d’Amour” (1978) - mas foi outro fiasco. Como já se escreveu aqui, a história só começaria a mudar para os Police em 1979, primeiro nos EUA e depois em Inglaterra. Os três singles voltariam a ser editados em 1979-1980, mas agora com resultados bem diferentes. E “So lonely” entraria no top britânico (só) em Fevereiro de 1980, chegando ao 6.º lugar.

A “So lonely” estão ligados Bob Marley e uma banda chamada Last Exit. Esta foi a primeira banda a que pertenceu Sting e para a qual Sting escreveu “Fool in love”, música da qual chegou a ser gravada pelos Last Exit uma demo em 1976. Ao ouvirmos “Fool in Love, reconhecemos de imediato aquela que acabaria por ser a letra de “So lonely”, dos Police, mudando apenas o refrão (limitado às palavras “so lonely”). 

A parte reggae da canção tem a marca de Bob Marley. Como revelariam os membros dos Police numa entrevista, a banda foi buscar o ritmo reggae de “So lonely” ao clássico “No woman no cry”, de Bob Marley (não a versão ao vivo mundialmente conhecida, mas a versão original).  

As palavras “so lonely” são cantadas mais de 50 vezes na canção, o que não impediu de serem mal interpretadas, naquela que é a história mais caricata ligada a esta música dos Police. Em Inglaterra, muita gente, ao ouvir o refrão da música, pensava estar a ouvir as palavras “Sue Lawley” (em vez de “so lonely”) e que se trataria, por isso, de uma canção dedicada à apresentadora britânica de televisão Sue Lawley. Como recordaria Sting no seu livro “Lyrics”, a canção chegou a ser tocada na BBC (televisão) como uma homenagem a Sue Lawley. Actualmente, essa interpretação ainda é feita. A própria Sue Lawley entregaria, em 1979, um prémio aos Police (vídeo aqui), o que possivelmente terá contribuído para alimentar a confusão.

Devo – Space junk


O álbum que David Bowie quis produzir (mas não pôde) e que acabou por ser produzido por Brian Eno, “Q: Are we not men? A: We are Devo!”, dos Devo, uma das bandas que mais se ouviu nos primeiros tempos do Rock em Stock.

Roxy Music – Trash


2.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 23 de Maio de 1979

O álbum “Manifesto”, dos Roxy Music (1979), no top de álbuns do Rock em Stock desde a sua primeira edição, viria a atingir a sua melhor posição – 2.º lugar – no top de 23 de Maio de 1979.

Tubeway Army – Friends



“Friends”, do primeiro álbum de Gary Numan e a sua banda Tubeway Army, intitulado precisamente “Tubeway Army”. Mais um caso de um álbum de estreia editado em 1978 que foi um fiasco nesse ano e só ganharia reconhecimento em 1979 – no caso de Gary Numan, já depois do sucesso alcançado pelo segundo álbum.

Elvis Costello & The Attractions – Oliver’s army


1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock em 12, 16, 19 e 23 de Maio de 1979


Canção de protesto em roupagem pop, primeiro single retirado do álbum “Armed Forces” (1979), “Oliver’s army” foi a mais bem recebida canção da carreira de Elvis Costello. No libreto de uma das edições em CD de “Armed Forces”, Elvis Costello explicou que escreveu a canção na viagem de avião de regresso da sua primeira ida a Belfast (Irlanda do Norte), impressionado pela quantidade de adolescentes do exército britânico nas ruas da cidade, com fardas de guerra e armas automáticas. O “Oliver” do título é Oliver Cromwell, responsável pela profissionalização do exército britânico no século XVII. A canção foi escrita numa época de elevada taxa de desemprego, quando a entrada no exército era a única saída para muitos jovens (“But there's no danger / It's a professional career / Though it could be arranged / With just a word in Mr. Churchill's ear / If you're out of luck or out of work / We could send you to Johannesburg”). As metrópoles de Liverpool, Londres e Newcastle, particularmente afectadas pelo desemprego, nas quais o exército recrutava muitos adolescentes no final da escolaridade obrigatória, são concretamente versadas na canção, através da referência aos rios que banhavam essas cidades (“With the boys from the Mersey and the Thames and the Tyne”). «The song was based on the premise ‘they always get a working class boy to do the killing’», resumiria mais tarde Elvis Costello.

Apesar do seu teor político, “Oliver’s Army” escapou, à época, ao crivo da sempre-pronta-a-censurar-BBC, mas, 34 anos depois, em 2013, a canção seria objecto de uma disparatada censura por parte da BBC, por causa das palavras “white nigger”, uma referência à forma como os irlandeses eram tratados belos britânicos (“Only takes one itchy trigger / One more widow, one less white nigger”).

Tanto o single “Oliver’s Army”, como o álbum “Armed Forces”, chegaram ao 2.º lugar no top britânico.

Em Portugal, o álbum “Armed Forces” foi n.º 1 no top de álbuns do Rock em Stock em 12, 16, 19 e 23 de Maio de 1979.

Ian Dury – Sex & drugs & rock & roll



“Sex & drugs & rock’n’roll”, de Ian Dury, a canção que se tornou um hino dos tempos da New Wave, foi banida da BBC e ainda hoje é objecto de interpretações precipitadas. Como single, foi um fiasco comercial, nunca tendo chegado a entrar no top 100 britânico.

O aclamado álbum de estreia de Ian Dury - “New boots and panties!!” - foi editado logo a seguir, mas inicialmente não incluía “Sex & drugs & rock & roll”, porque Ian Dury tinha como política não incluir canções já editadas em single nos seus álbuns, por considerar que, de outra forma, estaria a enganar quem já tinha gasto dinheiro no single. No entanto, a canção acabou por ser editada em várias edições subsequentes do álbum, em 1977 e 1978 (incluindo em Portugal), como faixa de abertura do lado B, embora sem constar da lista impressa no disco e na capa. Por oposição ao falhanço comercial do single, o álbum esteve cerca de dois anos no top britânico, entre Outubro de 1977 e Outubro de 1979, atingindo a sua melhor posição (5.º) já em 1979, e em Junho de 1979 já era disco de platina.

Elvis Costello & The Attractions – Pump it up



A mais engraçada descoordenação de pernas dos anos da New Wave leva-nos a fazer uma excepção às nossas regras e a exibir o vídeo (e não apenas a música, sem imagens) de “Pump it up”, de Elvis Costello (1978).

Stranglers – (Get a) Grip (on yourself)



Os ingleses Hugh Cornwell, Dave Greenfield e Jet Black e o franco-britânico Jean-Jacques Burnel: os quatro magníficos Stranglers, uma das bandas fundamentais do Punk e da New Wave.

Gruppo Sportivo – Disco really made it!



Disco really made it / It's empty and I hate it”. Uma das curiosidades dos tempos iniciais do Rock em Stock, a banda de New Wave holandesa “Gruppo Sportivo” e “Disco really made it!” (1979), o single que ocupava o 2.º lugar no top do Rock em Stock de 12 de Maio de 1979. Em 1979, assistia-se a um crescente movimento hostil ao Disco (cujo declínio vertiginoso terá início nesse ano) e alguns dos manifestos musicais anti-Disco que então se fizeram foram em ritmo Disco. “She was in love with a DJ but she couldn't dance / It was a low budget disco movie romance / She had lips like a lolly but she couldn't sing / It was a greasy production: boring / In Holland they got fantasy / They're trying to do the same movie you know / Rock 'n' roll it's over now / Today it's (…) unga unga unga unga disco”.

No Rock em Stock, o Anti-Top, que nascerá mais tarde nesse ano, insere-se, de certa forma, nesse movimento anti-Disco que então proliferava (e “Born to be alive”, uma canção Disco que foi campeã de vendas em quase todo o lado, será sistematicamente votado como o tema mais odiado). 

Lene Lovich – Lucky number



“Lucky number”, com o seu invulgar refrão, a canção que fez a glória (efémera) de Lene Lovich e uma das músicas icónicas da New Wave. O sucesso que a música teve terá apanhado a própria Lene Lovich de surpresa, ou não tivesse “Lucky number” sido inicialmente apenas o lado B de um single editado no Verão de 1978. Foi com o lançamento do álbum “Stateless”, no Outono desse ano, que a música começou a despertar atenção. E acabaria por ser reeditada em single em Inglaterra, em 1979, agora como lado A. Esteve mais de um mês entre os dez primeiros do top britânico (chegou ao 3.º lugar) e ficou no 34.º lugar no top 100 do ano de 1979.

O sucesso estendeu-se a alguns outros países, mas, tanto quanto se sabe, Portugal foi o único onde “Lucky number” foi 1.º lugar: ficou para a história como o primeiro n.º 1 do top de singles do Rock em Stock (top de singles de 12 de Maio de 1979).

Logo em 1979, Nina Hagen editaria uma cover de “Lucky number”, em língua alemã.

12/5/1979: O primeiro top de singles do Rock em Stock


O 1.º top de singles do Rock em Stock


Depois do top de álbuns, que conheceu a sua primeira edição em 28 de Abril de 1979, surge, em 12 de Maio, o top de singles do Rock em Stock, que, tal como o de álbuns, se manterá até 1982. Será também conhecido como “top de 45 rotações”, por referência à velocidade de rotação do single em vinil (45 rotações por minuto).

O top de singles começa como um top de apenas 5 discos (mais tarde será alargado para 10 e depois para 20 singles). É emitido nos mesmos dias que o top de álbuns, antecedendo-o, e, portanto, durante cerca de oito meses, terá também duas edições por semana, ao sábado e à 4.ª feira.

Sendo o single um formato mais comercial, tratar-se-á, naturalmente, de um top de canções mais leves. Mas nem sempre isso será óbvio, e haverá, por exemplo, singles dos Plasmatics ou dos Dead Kennedys no top do Rock em Stock.

O single ainda tinha, naquela época, uma importância que posteriormente perdeu. Era também comum haver músicas editadas apenas em single, ou músicas que, embora incluídas também em álbum, eram editadas em single em versões diferentes. Haverá vários exemplares na história do top de singles do Rock em Stock. 

Devo – Come back Jonee



“Come back Jonee”, um dos grandes clássicos dos Devo, do álbum “Q: Are we not men? A: We are Devo!”, 6.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 9 de Maio de 1979.

Van Halen – Runnin’ with the devil



A chegada dos Van Halen ao top do Rock em Stock, com o histórico álbum de estreia “Van Halen”, de 1978, um marco na história do Hard Rock. 20.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 9 de Maio de 1979.

Lene Lovich – Say when


O álbum de estreia de Lene Lovich, “Stateless”, um disco que desafiou convenções. 2.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 9 de Maio de 1979, o mês em que é editado o single “Say when”, o único de Lene Lovich, além de “Lucky number”, a figurar no top 20 britânico. “Baby, I'll say when to stop”, cantava Lene Lovich.

X-Ray Spex – Genetic engineering



“Germ Free Adolescents”, dos X-Ray Spex. De regresso ao 1.º lugar, no top de álbuns do Rock em Stock de 9 de Maio de 1979, o primeiro a ir para o ar a uma 4.ª feira (durante cerca de oito meses, haverá dois tops por semana, à 4.ª feira e ao sábado).

Devo – Sloppy



“Sloppy”, do álbum de estreia dos Devo, “Q: Are we not men? A: We are Devo!”. “I saw my baby yesterday / She spent her money on a car / I didn't get her very far / So my baby said to me / You know my baby / She said sloppy / I think I missed the hole”.

Police – Peanuts



“Oulandos D’Amour”, dos Police, 6.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 5 de Maio de 1979. As palavras nada simpáticas cantadas em “Peanuts” – “It's all a game / You're not the same / Your famous name / The price of fame  (…) There's something wrong / Your brain is gone (…) Don't want to hear about the lives you're faking” – eram sobre Rod Stewart, de quem Sting era um fã desiludido, como revelaria numa entrevista em 1979. Anos mais tarde, depois de ter vivido a vida de uma estrela pop, “por vezes uma estrela pop decadente”, e de ter sido vítima do mesmo tipo de “distorções” por parte dos tablóides, Sting lamentaria o julgamento “fácil” feito em “Peanuts”.  

Tubes – TV is king


O álbum “Remote Control”, dos Tubes, 4º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 5 de Maio de 1979. Em “TV is king”, os Tubes cantavam “I really love my television / I love to sit by television / Can't live without my television / I can't turn off my television / Don't really know why television / I understand my television / I really love my television / TV is king / You're my everything”. Remote Control era um álbum conceptual inspirado no romance “Chance” (“Being there” no título original), de Jerzy Kosinski (1970), que nesse ano de 1979 foi também adaptado ao cinema (título em português do filme: “Bem-vindo, Mr. Chance”), sobre um homem (Chance) solitário e analfabeto que só conhece o mundo através da televisão (mais expressivo é o titulo do livro no Brasil: “O videota”).  

Remote Control é outro disco que, retrospectivamente, tem melhor crítica do que aquela que mereceu à época. O reconhecimento, no caso da Rolling Stone, foi tão rápido quanto caricato: depois de uma má crítica em 1979, logo dois anos depois, aquando da edição do álbum seguinte dos Tubes, a mesma revista sentenciaria que era difícil superar “Remote Control”.

Editado em Março de 1979, Remote Control foi o álbum dos Tubes mais bem-recebido no Reino Unido (foi mesmo o primeiro dos Tubes a chegar ao top de vendas britânico, em Junho de 1979, atingindo o 40.º lugar, melhor do que o 46.º lugar a que chegou no top dos EUA, terra natal dos Tubes), mas teve passagens muito fugazes pelos tops de vendas. 

Blondie – One way or another



O álbum “Parallel lines”, dos Blondie, chegou a 1.º lugar do top de álbuns do Rock em Stock em 5 de Maio de 1979. O álbum recebeu a aclamação geral da crítica e foi um estrondoso sucesso de vendas (só em Inglaterra esteve mais de 2 anos no top de vendas, dos quais 8 meses seguidos no top 10, entre Janeiro e Setembro de 1979).

Police – Roxanne



O álbum “Outlandos D’amour”, o primeiro dos Police - 15.º no top de álbuns do Rock em Stock de 28 de Abril de 1979. Mais um álbum de 1978 que, mesmo em Inglaterra, só “despertou” em 1979. Em 1978, tinham já saído os três singles óbvios retirados do álbum (“Roxanne” na Primavera de 1978, “Can’t stand losing you” no Verão e “So lonely” no Outono), mas foram todos um fiasco: “Can’t stand losing you” ainda teve uma passagem fugaz pelo top britânico, mas os outros dois singles nem isso. Em Novembro, foi editado o álbum, mas foi outro fiasco total. As críticas do disco, à época, foram, aliás, maioritariamente negativas.

Foi uma digressão norte-americana dos Police em Março de 1979 que mudou o rumo dos acontecimentos. O single “Roxanne” entrou no top norte-americano no final de Fevereiro e chegaria a 32.º precisamente em 28/4/1979. O álbum “Outlandos D’Amour” entraria no top no início de Março, chegaria a 23.º no início de Maio de 1979 e permaneceria mais de um ano no top. Com o embalo da recepção mais positiva nos EUA, veio a segunda oportunidade britânica: o single “Roxanne” foi reeditado (um ano depois da primeira edição), desta vez entrou no top britânico, precisamente em 28/4/1979, e chegaria a 12.º (“Can´t stand losing you” também seria reeditado mais tarde nesse ano e chegaria ao 2.º lugar). E o álbum “Outlandos D’Amour” chegou finalmente ao top britânico no final de Abril de 1979 e aí permaneceu quase 2 anos, até Fevereiro de 1981 (chegando a 6.º já no Outono de 1979).

Hoje, as críticas retrospectivas do primeiro álbum dos Police são bem diferentes das iniciais. Como diferente é o reconhecimento sobre “Roxanne”, uma música sobre um homem que se apaixona por uma prostituta, tida como um dos hinos dos anos da New Wave.

Lene Lovich – Home


O álbum “Stateless”, o primeiro de Lene Lovich, viu a luz do dia no Outono de 1978, mas seria preciso esperar por Março de 1979 para o disco – à boleia do single “Lucky Number”, entretanto editado em Fevereiro – surgir no top britânico, por onde deambulou durante três meses, atingindo a sua melhor posição em Abril (35.º), o mês em que apareceu o Rock em Stock. Aos EUA, o álbum só chegaria no Verão de 1979 (com um modesto 137.º como melhor posição). De uma maneira geral, o álbum foi muito bem recebido pela crítica, mas vendeu pouco.


Presente no top do Rock em Stock desde a sua 1.ª edição (“Stateless” era 18.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 28 de Abril de 1979), Lene Lovich foi uma das estrelas da New Wave no primeiro ano de vida do Rock em Stock, a ponto de ter sido ela a fazer, em 1980, o concerto comemorativo do 1.º aniversário do Rock em Stock.

“Stateless” foi editado em duas versões diferentes, sendo “Home” uma das músicas que ganhou uma roupagem diferente na versão definitiva do disco (a versão original da música pode ser ouvida aqui).