Viagem aos anos da New Wave, tendo por referência o programa de rádio Rock em Stock, de Luís Filipe de Barros, na sua primeira fase (1979/1982). Celebrando os 40 anos do Rock em Stock.
♫Os
31 álbuns que foram n.º 1 no 1.º ano do top do Rock em Stock (duração: 96min)♫
Todos os (31) álbuns que foram n.º 1 no top do Rock em Stock
no 1.º ano de existência do top de álbuns (de 28/4/1979 a 28/4/1980), por ordem
cronológica de chegada ao 1.º lugar.
♫Álbuns
que chegaram ao 2.º lugar no 1.º ano do top do Rock em Stock (duração: 58min)♫
No 1.º ano de existência do top de álbuns do Rock em Stock
(de 28/4/1979 a 28/4/1980), alguns álbuns atingiram o 2.º lugar, e em alguns
casos ocuparam essa posição vários tops, mas nunca chegaram a ser n.º 1, entre
eles álbuns de verdadeiras “estrelas” do programa (como Devo e Lene Lovich, cada
um com dois álbuns a chegar ao 2.º lugar).
♫Desfile dos mais votados do 1.º ano do top de álbuns do Rock em Stock, do 15.º para o 1.º lugar (duração: 62min)♫
De 28 de Abril de 1979 (data do 1.º top de álbuns) a 28 de Abril de 1980, o top do Rock em Stock conheceu um total de 91 edições (incluindo 39 tops à 4.ª feira, até Janeiro de 1980).
Para se ter uma ideia de quais foram os álbuns mais bem-sucedidos no 1.º ano de top do Rock em Stock, é possível ensaiar uma classificação, atribuindo, em cada top, 20 pontos ao 1.º lugar, 19 pontos ao 2.º, 18 pontos ao 3.º, etc. e somando depois os pontos de cada álbum.
Com base nesse critério, estes foram os 15 álbuns mais votados no 1.º ano de top:
Fonte (em parte): jornal Musicalíssimo. Não foram considerados os tops de 4.ª feira, só os de sábado, para se garantir a uniformidade de critério (só existiram tops à 4.ª feira até Janeiro de 1980).
“Shattered by it all”, do single de estreia dos escoceses
TV21, editado em Abril de 1980. Os TV21 nasceram em 1979 e acabaram em 1982.
Regressaram em 2005. Em 2009, gravariam uma nova versão de “Shattered by it all”,
29 anos depois da primeira:
“Shattered by it all”, na versão de 2009 (canção de bónus do
álbum “Forever 22”).
“Call me”, editado inicialmente na América do Norte em
Fevereiro de 1980, foi editado em single na Europa e no resto do mundo a partir
de Abril de 1980, para se tornar num dos maiores êxitos da carreira dos Blondie.
A canção foi feita para o filme “American Gigolo”, estreado
nas salas de cinema em Fevereiro de 1980. A versão original, que é a do disco
da banda sonora do filme, tem mais de 8 minutos de duração. A versão single é
uma edição feita a partir dessa versão original, tendo sido reduzida para três
minutos e meio.
Foi um estrondoso êxito nos EUA, mas não foi sucesso
repentino. Embora tenha entrado no top logo em Fevereiro, só chegou ao 1.º
lugar mais de 2 meses depois, em 19 de Abril de 1980. Foi n.º 1 até 30 de Maio.
Permaneceu meio ano no top, o que é muito pouco usual para um single. Vendeu
mais de um milhão de exemplares. Foi o single mais vendido nos EUA em 1980. Foi
o 8.º mais vendido em todos os anos 80. E integra ainda a lista dos 100 mais
vendidos de todos os tempos nos EUA.
No Canadá, entrou no top em Março e também demorou 2 meses a
chegar ao 1.º lugar, que ocupou de 3 de Maio a 20 de Junho (com uma interrupção
de uma semana, em que foi destronado por “Rock Lobster” dos B-52’s). Permaneceu
mais de meio ano no top e foi o 3.º single mais vendido em 1980.
No Reino Unido, onde o single só foi editado em Abril, o
sucesso foi mais repentino: chegou ao 1.º lugar em 26 de Abril, duas semanas
depois de entrar no top. Permaneceu dois meses no top e foi o 35.º mais vendido
em 1980.
A partir de Abril e Maio, o sucesso estendeu-se a outros
países, Portugal incluído (não no top do Rock em Stock, do qual se manteve
arredado).
Curiosamente, os Blondie foram apenas uma segunda escolha. O
italiano Giorgio Moroder, compositor da banda sonora do filme e co-autor de
“Call me” (juntamente com Deborah Harry), tinha escolhido Stevie Nicks, dos
Fleetwood Mac, que, no entanto, recusou.
18.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 19 de Abril
de 1980
“Working for the yankee dolar”, do álbum “Days in Europa”,
dos escoceses Skids. Com uma primeira edição abortada em Outubro de 1979, foi (re)editado
em Março de 1980. 18.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 19 de Abril
de 1980.
10.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 19 de Abril
de 1980
Mais um histórico: “Geno”, dos Dexys Midnight Runners,
editado em Março de 1980, entrou no top de singles do Rock em Stock em 19 de
Abril de 1980. Foi o 5.º single mais vendido do ano em Inglaterra, onde foi 1.º
lugar em Maio. Teria possivelmente sido um dos singles mais votados da história
do top de singles do Rock em Stock, se não tivesse, no início de Maio, passado
para o Top de Bandas de Ska & Reggae, entretanto criado.
9.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 19 de Abril
de 1980
“Talk of the town”, dos Pretenders, editado em Abril de 1980
e que acabaria sendo um dos singles mais votados na história do top do Rock em
Stock, entrou no top de singles em 19 de Abril de 1980, para o 9.º lugar. Na
mesma data, era 8.º lugar no top britânico.
1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 19 de Abril
de 1980
“Rudie can’t fail”, do álbum London Calling, dos Clash, 1.º
lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 19 de Abril de 1980.
Crê-se que as palavras antes do refrão final - «Hey, boss
man! / You're looking pretty smart / With your chicken skin suit / You think
you're pretty hot / In the pork pie hat» - sejam uma referência às bandas 2
Tone, como Specials, Madness, Beat ou Selecter, sendo possível que os Clash
tivessem particularmente em vista os Specials, banda com a qual tinham feito
digressão e pela qual tinham grande admiração. Clash e Specials tinham tido,
inicialmente, um agente comum – Bernie Rhodes –, e foram os Clash que, na
digressão de 1978, exigiram a Rhodes que os Specials fossem justamente pagos
das receitas da digressão, ao contrário do que era intenção do agente. Jerry
Dammers, o principal compositor dos Specials, compôs a primeira canção editada pelos
Specials, “Gangsters”, com uma guitarra emprestada por Joe Strummer.
“Rudie can’t fail” é uma das várias canções de “London
Calling” que contam com a participação dos Irish Horns na secção de metais. Os
Irish Horns (Chris Gower, Dick Hanson, John Earle e Ray Beavis) eram mais conhecidos
como The Rumour Brass e tinham sido inicialmente uma banda de suporte de Graham
Parker, participando, juntamente com os The Rumour, nos primeiros discos de
Graham Parker & The Rumour. Eram, como por vezes lhes chamavam, “os outros
Rumour”, para os distinguir dos Rumour. “London calling” é o único disco onde os
Rumour Brass aparecem sob a designação “The Irish Horns”.
1.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 19 de Abril
de 1980
Banda inglesa de curta vida (1979-1982), os Vapors tiveram o
seu momento de glória com o single “Turning Japanese”, editado em 1980. Chegou
ao 3.º lugar em Inglaterra no final de Março de 1980, onde se manteve no top
até Maio e foi o 41.º single mais vendido do ano; chegou ao 4.º lugar na
Irlanda em Abril de 1980; chegou ao 1.º lugar em Junho na Austrália, onde foi o
2.º single mais vendido em 1980; já no final do ano, chegou ao 36.º lugar nos
EUA (Novembro) e ao 6.º lugar no Canadá (Dezembro).
“Turning Japanese” foi um dos 20 singles mais votados na
história do top do Rock em Stock (1979-1982). Era o 1.º lugar no top de 19 de
Abril de 1980.
“Um disco realmente bom é um disco que me leva às lágrimas”,
costumava dizer John Peel. Foi o que aconteceu com este “Teenage kicks”, o
disco de estreia dos irlandeses Undertones. John Peel ia de carro a caminho de
Liverpool quando, na rádio, ouviu pela primeira vez “Teenage kicks”. Gostou
tanto que ficou em lágrimas e teve de encostar o carro (ver aqui, a partir do
minuto 6:00). A primeira vez que a tocou no seu programa, tocou-a duas vezes
seguidas (gravação desse programa aqui). Continuou a emocionar-se de todas as
vezes que ouvia “Teenage kicks”. Afirmou várias vezes, até à sua morte, que era
o seu disco favorito, descrevendo a canção como «o mais próximo de uma canção
perfeita que alguém alguma vez conseguiu fazer». Ao The Guardian, em 2001, revelou
que as únicas palavras que queria que ficassem na lápide da sua campa, além do
seu nome, eram “Teenage Dreams, So Hard To Beat”, do verso inicial da canção (“Are
teenage dreams so hard to beat?”). E elas lá estão.
Os Undertones eram o 6.º lugar do top de singles do Rock em
Stock de 12 de Abril de 1980.
10.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Abril
de 1980
“Holiday”, do álbum “Malice in wonderland”, dos escoceses Nazareth,
10.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Abril de 1980. Os
Nazareth deram três concertos em Portugal, em 10, 11 e 12 de Abril de 1980 (no
Infante de Sagres no Porto e no Dramático de Cascais).
11.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Abril
de 1980
A versão de “Stop your sobbing”, canção dos Kinks de 1964,
foi o single que marcou a estreia dos Pretenders, em 1979. O single foi
produzido por Nick Lowe, que, logo de seguida, rejeitou a banda, por não ver
futuro nenhum nela. O single foi, no entanto, razoavelmente bem recebido e
chegou ao 34.º lugar no top britânico. Quanto ao álbum de estreia dos
Pretenders (1980), que incluía “Stop your sobbing”, foi muito bem recebido e é frequentemente
citado como um dos melhores discos de estreia de todos os tempos.
O álbum “Pretenders” era o 11.º lugar no top de álbuns do
Rock em Stock de 12 de Abril de 1980. Já tinha sido n.º 1 quatro semanas
consecutivas, em Fevereiro e Março. Em Fevereiro, completou também quatro
semanas no 1.º lugar no top britânico. Nos EUA, chegaria ao 9.º lugar, em Junho
de 1980.
Previsão falhada de Nick Lowe. Quarenta anos depois, os
Pretenders mantêm-se no activo, sendo uma das bandas mais antigas do planeta.
20.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Abril
de 1980
O “Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky na recriação dos Madness.
O álbum “One Step Beyond” era o 20.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de
12 de Abril de 1980.
15.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Abril
de 1980
Com a participação de Chrissie Hynde, dos Pretenders, “Nite
Klub”, do aclamado álbum de estreia dos Specials, produzido por Elvis Costello,
o primeiro álbum editado pela editora 2 Tone. Era o 15.º lugar no top de álbuns
do Rock em Stock de 12 de Abril de 1980.
2.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Abril
de 1980
“The guns of Brixton”, que se tornou um dos favoritos dos
concertos dos Clash, foi a única canção da banda composta e cantada pelo
baixista Paul Simonon, natural do bairro londrino de Brixton.
Na canção, é feita referência ao filme “The harder they
come” e ao destino do personagem jamaicano Ivan («You see, he feels like Ivan /
Born under the Brixton sun / His game is called survivin' / At the end of
"The Harder They Come"»).
Além dos quatro Clash, na canção toca ainda, nas teclas,
Mick Gallagher, dos Blockheads. Mick Gallagher voltará a tocar nas teclas um
excerto de “The Guns of Brixton” no álbum seguinte dos Clash, “Sandinista!”, dessa
vez acompanhado na voz pela sua própria filha, Maria Gallagher, então com 4 ou
5 anos de idade.
O álbum “London Calling” era o 2.º lugar no top de álbuns do
Rock em Stock de 12 de Abril de 1980.
3.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Abril de
1980
Uma canção de parto difícil. “No surprize” demorou muito a
terminar. Só ao fim de dois meses, numa noite de inspiração, é que a letra foi
finalmente escrita. A canção conta a origem dos Aerosmith e episódios da
história da banda.
Steven Tyler, o líder da banda, revelou ser esta a sua
canção favorita dos Aerosmith.
“Night in the ruts”, o sexto álbum dos Aerosmith, permaneceu
meio ano no top do Rock em Stock e foi um dos 20 álbuns mais votados da
história do top do Rock em Stock. Subiu ao 3.º lugar no top de 12 de Abril de
1980.
1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 12 de Abril
de 1980
Do álbum “End of the Century”, a versão dos Ramones do
clássico “Baby, I love you”, editado originariamente em 1963 pelas Ronettes. A
canção foi escrita para as Ronettes por Jeff Barry, Ellie Greenwich e Phil
Spector e o disco tinha sido produzido por Phil Spector, que, quase duas
décadas depois, foi também o produtor do álbum “End of the century” dos
Ramones.
Editado em single em 1980, “Baby, I love you” tornou-se o
disco mais bem-sucedido dos Ramones no Reino Unido, tendo chegado ao 8.º lugar
no top de singles. Nos EUA, foi um falhanço, não entrou sequer no top 100.
Mesmo o álbum ficou-se pelo 44.º lugar nos EUA, no final de Março de 1980 (no top
britânico chegou ao 14.º).
Em Portugal, o single foi editado com a menção, na capa, de
se tratar de uma “edição especial” comemorativa do 1.º aniversário do Rock em
Stock:
Capa portuguesa do single “Baby, I love you”, com a menção
de se tratar de “edição especial comemorativa do aniversário da emissão Rock em Stock
RDP/Rádio Comercial FM Estéreo”.
As editoras em Portugal perceberam que citar o “Rock em
Stock” na capa de um disco talvez fosse meio caminho andado para aumentar as
vendas.
O álbum “End of the Century” era o 1.º lugar no top do Rock
em Stock de 12 de Abril de 1980, sendo n.º 1 pela 5.º semana consecutiva, um
recorde até então. Na história dos tops do Rock em Stock, só outros quatro
álbuns permaneceram tanto tempo consecutivo no 1.º lugar.
Em concertos comemorativos do 1.º aniversário do Rock em Stock, os escoceses
Nazareth actuaram em Portugal, com concertos dia 10 de Abril no Porto e 11 e 12
de Abril em Cascais, na digressão do álbum “Malice in wonderland”, que se
encontrava então em 10.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock. Poucos meses
antes, o single “Whatever you want babe” tinha sido n.º 1 no top de singles do
Rock em Stock, em Novembro e Dezembro de 1979, tendo sido um dos singles mais
votados da história dos tops do Rock em Stock.
8.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 5 de Abril
de 1980
O regresso da Go Graal Blues Band ao top do Rock em Stock,
desta feita no top de singles, com o single “They send me away”, editado em 1980.
Era o 8.º lugar no top de 5 de Abril de 1980 e viria a atingir a sua melhor
posição – o 5.º lugar - no final do mês. Em 1980, haveria mais cinco singles de
bandas portuguesas no top do Rock em Stock, mas só dois deles cantados em português.
Mais um single editado pela 2 Tone, o single “Tears of a
clown” foi a estreia discográfica dos ingleses Beat, no final de 1979. Foi
Jerry Dammers, dos Specials, e também fundador da editora 2 Tone (ligada à Chrysalis),
que, depois de ver os Beat ao vivo, lhes perguntou se queriam editar um single
pela 2 Tone. O single escolhido foi o óbvio “Mirror in the bathroom”, mas,
perante as condições impostas pela Chrysalis (queria ficar com todos os
direitos durante cinco anos, não podendo os Beat inclui-la no primeiro álbum),
os Beat acabaram por optar por “Tears of a clown”, versão de um clássico de Smokey Robinson & The Miracles (escrito também por Stevie Wonder), que os
Beat tocavam nos concertos.
O single “Tears of a Clown”, que foi um dos primeiros
singles da 2 Tone, foi um sucesso e chegou ao 6.º lugar no top britânico, já em
1980.
“Turn me on”, dos Tubes, a 1.ª música tocada no Rock em
Stock, na sua 1.ª emissão, em 9 de Abril de 1979. Um ano depois, em 9 de Abril
de 1980, o Rock em Stock era um fenómeno e era o programa do FM mais ouvido em
Portugal.
1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 5 de Abril de
1980
“Chinese Rock”, do álbum “End of the Century”, dos Ramones,
1.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 5 de Abril de 1980, pela 4.ª
semana consecutiva.
10.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 5 de Abril
de 1980
“Showdown at the border”, do álbum “Malice in wonderland”,
dos Nazareth. Editado em Fevereiro de 1980, o álbum entrou no top do Rock em
Stock no início de Março e subiu ao 10.º lugar em 5 de Abril, nas vésperas de
os Nazareth actuarem em Portugal.
3.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 5 de Abril de
1980
“Four horsemen”, do álbum “London Calling”, dos Clash, que
subiu ao 3.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 5 de Abril de 1980. Iniciava-se
um período notável de “London Calling” no Rock em Stock: meio ano sem sair dos
quatro primeiros lugares do top.
2.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 29 de Março
e de 5 de Abril de 1980
“Could this be the plastic age?”. Editado em 1980, o segundo
single dos Buggles, “The Plastic age”, insistia no tema central dos Buggles, a
crítica da invasão tecnológica e de um processo de artificialização da produção
musical. Esta ideia central era transposta para a música dos Buggles, onde
todos os instrumentos (e a voz) soavam a criação artificial.
Com o single era também editado o álbum de estreia dos
Buggles, intitulado, precisamente, “The age of plastic”.
O single “The plastic age” recebeu, nos EUA e no Canadá, o
nome “Living in the plastic age”. Nesses países, e em alguns outros, foi
editado numa versão mais curta. Noutros, onde se incluiu Portugal, a versão
editada no single foi a mesma do álbum, com mais de 5 minutos de duração.
“The plastic age” chegou ao 16.º lugar do top britânico em
Março de 1980 e teve algum sucesso noutros países, como França (3.º lugar) e
Holanda (2.º lugar no Top 40). No top do Rock em Stock, chegou ao 2.º lugar nos
tops de 29 de Março e de 5 de Abril, só não conseguindo destronar o fenómeno
“Games without frontiers” de Peter Gabriel, de pedra e cal no 1.º lugar desde o
início de Março.
Portugal teve direito a uma capa exclusiva do single,
diferente de todas as outras:
2.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock em 22 e 29 de
Março e 5 de Abril de 1980
“Bird song”, a canção que abre o álbum “Flex”, o segundo álbum
de Lene Lovich, de seu verdadeiro nome Lili-Marlene Premilovich, norte-americana/inglesa,
filha de mãe inglesa e pai sérvio, nascida nos EUA e a viver em Inglaterra desde
a adolescência.
O álbum foi vice-líder do top de álbuns do Rock em Stock
durante três semanas consecutivas, em 22 e 29 de Março e 5 de Abril de 1980.
“Bird Song” foi editada em single ainda antes do álbum e já
tinha andado pelo top de singles do Rock em Stock, onde tinha chegado ao 4.º
lugar meio ano antes, em Outubro de 1979. O single chegou ao 39.º lugar no top britânico
em Novembro de 1979.
Apesar de nunca ter sido n.º 1 no top de álbuns do Rock em
Stock (“Stateless” e “Flex” foram ambos 2.º lugar), Lene Lovich foi uma das
estrelas dos primeiros tempos do Rock em Stock - e haveria mesmo de ser ela a
fazer, em Maio de 1980, o concerto comemorativo do 1.º aniversário do programa.
6.º lugar no top de singles do Rock em Stock de 5 de Abril
de 1980
“Electricity”, a estreia dos Orchestral Manoeuvres in the
Dark, foi editado à terceira tentativa no fim de Março de 1980 e entrou em 5 de
Abril no top de singles do Rock em Stock, para o 6.º lugar. Faria história no
top do Rock em Stock.
Editado em Março de 1980, o single “Going underground”, dos
Jam, entrou directamente para o 1.º lugar no top britânico e permaneceria no
1.º lugar até 11 de Abril de 1980. Foi o primeiro disco dos Jam a chegar a n.º
1.
“Our movie”, do primeiro álbum de Toyah Wilcox, “Sheep
farming in barnet”, editado em Fevereiro de 1980, álbum que era uma versão alargada
de um EP do mesmo nome editado em 1979.
Editado no fim de Março de 1980, “Read it in books” é uma
das raras heranças de uma banda de Liverpool que só durou pouco mais de um mês
e não deixou nenhum disco, os Crucial Three, liderados por Julian Cope e Ian
McCulloch, os dois autores desta canção. Ian McCulloch formaria depois os Echo
& The Bunnymen e Julian Cope criaria os Teardrop Explodes. Ambas as bandas
acabaram por gravar “Read it in Books”, e, curiosamente, ambas começaram por
editá-la só como lado B de um single. Os Echo & The Bunnymen editaram a sua
versão em 1979 (lado B do single “Pictures on my wall”) e os Teardrop Explodes
editaram a sua em 1980 (lado B da primeira edição em single de “Treason”).
Ambas as bandas regravariam depois a canção, em novas versões, para os seus
álbuns de estreia, ambos editados na segunda metade de 1980 (a nova versão do
álbum dos Teardrop Explodes chamar-se-ia apenas “Books”).
“Read it in books” na versão dos Echo & The Bunnymen de
1979
17.º lugar no top de álbuns do Rock em Stock de 29 de Março
de 1980
No top do Rock em Stock, “At Budokan”, dos Cheap Trick, surgiu
pela 1.ª vez no top de 9 de Maio de 1979 (no 27.º lugar). Entrou nos 20 mais em
11 de Julho, no 18.º lugar. Dias depois, já estava entre os 10 primeiros. Chegou
ao 1.º lugar em 15 de Setembro, posição que repetiu em mais seis tops, em Setembro
e em Outubro. Desapareceu finalmente do top no início de Abril de 1980, mas na
condição de álbum mais bem-sucedido até então no top do Rock em Stock. Manteve,
até ao fim do Rock em Stock em 1982, o estatuto de um dos discos mais emblemáticos
do programa, sendo um dos 10 mais votados da história do top do Rock em Stock e
o 1.º lugar entre os discos ao vivo.
Nos EUA e no Canadá, o álbum “At Budokan” também se aguentou
nos tops até Março de 1980, em ambos os casos ao fim de um ano de permanência no
top.
